segunda-feira, 24 de maio de 2010

Comunicação em tempos de fusão

Escrevo para uma empresa que passou recentemente por uma fusão e na matéria de capa do jornal interno do próximo mês, será abordado como tudo ocorreu.

Pensando nisso, bati um papo com a Viviane Mansi, gerente de Assuntos Corporativos na indústria farmacêutica MSD, consultora e professora de gerenciamento da comunicação interna na Faculdade Cásper Líbero, que esclarece principalmente, como deve ser feita a comunicação entre empresa e colaborador em um momento tão delicado como este. Confira abaixo:

1. Em uma empresa que passa por um processo de fusão, de que forma deve ser feita a comunicação aos colaboradores?

Em épocas de incertezas, a necessidade de informação dos funcionários aumenta. É importante que a comunicação seja contínua, relevante, e que a empresa mantenha abertos canais para ouvir as dúvidas, ansiedades e questionamentos do público interno.

2. Como a empresa deve atuar para que o momento da transição não impacte negativamente no clima organizacional?
É difícil dizer que um momento de grande transição como esse não impactará negativamente o clima organizacional em algum momento, mas a liderança da empresa e a área de comunicação devem trabalhar juntas para minimizar esse impacto o quanto possível. Em geral, a gente tende a falar do futuro de forma muito abstrata, o que não é bom, pois não tranqüiliza o funcionário. Não adianta só dizer que a empresa crescerá, se tornará mais competitiva, será mais lucrativa...Quanto mais a empresa conseguir "traduzir" esses conceitos de forma que o funcionário saiba como ele será impactado por tudo isso, melhor. O discurso corporativo precisa ser ajustado à necessidade de cada grupo, daí a importância da comunicação proativa da liderança.

3. Como os veículos de comunicação interna podem minimizar os efeitos nocivos da “rádio peão”?
Acho que os veículos contribuem pouco para minimizar esses efeitos. O que ajuda mesmo é o líder estar atento às necessidades de informação de seu grupo. Algumas pesquisas dizem que a gente se lembra 9 vezes mais daquilo que é dito pelo chefe em comparação com as matérias que a gente lê em veículos de comunicação interna.
Ainda não inventaram nada melhor que "gente falando com gente" para produzir boa comunicação.

4. Em tempos de comunicação 2.0, que estratégia a empresa deve adotar para que a comunicação ocorra de forma coerente entre o que é divulgado aos colaboradores e nas mídias sociais?
A comunicação 2.0 aproxima as pessoas. Quando a gente não consegue ter o olho no olho porque nem sempre os funcionários estão todos numa mesma região ou mesmo num escritório comum, a interatividade das mídias sociais ajuda muito a diminuir as distâncias.
Precisamos considerar, ainda, que alguns grupos de funcionários se interessam mais por mídias sociais que outros. Dependendo do perfil, não adianta a empresa querer insistir nessa linha de atuação. Por outro lado, se começar a usar é um caminho sem volta.
Antes de encerrar este post, deixo como ótima sugestão de visita o blog de comunicação interna da Vivi: http://comunicacaocomfuncionario.blogspot.com/

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